Full text: XI. Jahrbuch der Export-Akademie des K. K. Österreichischen Handels-Museums (11)

cados. Aquelle que quizesse ingerir um genero alimentar crimino- 
samente adulterado teria menos probabilidades de o encontrar do que 
de lhe sair a Sorte grande. — 
3. O que realmente ha em Portugal näo säo generös falsifi- 
cados, mas sim generös technologicamente imperfeitos. 
Generos falsificados, isto 6, dolosamente alterados para enganar 
o consumidor, pode-se quasi dizer que os näo ha. O que ha säo 
generös technologicamente imperfeitos. O publico bem sabe, e sente 
bem, que a grande maioria dos generös alimenticios näo fern äs qua- 
lidades e propriedades de generös perfeitos, legitimes filhos d’uma 
technologia apurada. Sabe-o por comparagäo, que 6 a mais pura fönte 
de todo o saber, por comparagäo adquirida pelas viagens no estrangeiro, 
hoje accessiveis a todos; por comparagäo com os proprios productos 
nacionaes, que tambem os ha täo bons ou melhores que os do estran 
geiro, ainda que, infelizmente, formando minoria. E este o facto que 
o publico verifica. Sobre a realidade d esse facto näo ha discussäo 
possivel. Säo coisas palpaveis, evidentes. O vinho, o assucar, o leite, o 
mel, a cerveja, o päo, por exemplo, näo säo como o päo, a cerveja, 
o mel, o leite, o assucar e o vinho que se bebem ou se comem na 
Europa: em Paris ou Copenhague, em Berlim ou Vienna, em Londres 
ou Madrid. Sobre isto, repito, näo se engana o publico. A observagäo 
6 perfeitamente justa, direita. A explicagäo que o publico dä 6 que, 
porem, 6 torta. 
Evidentemente o mais simples seria suppör que os generös säo 
mal acabados; imitagöes imperfeitas de productos technologicamente 
perfeitos. Mais simples e mais verosimil, porque, para obter generös 
d’esta natureza, bastam a ingnorancia ou o desleixo ou ambas as coisas. 
E d’isso tudo ha abundancia nas terras de Portugal. Mas por que 
motivo näo acceita e perfilha entäo toda a gente esta explicagäo, täo 
simples e ao mesmo tempo täo verdadeira. Creio que por esta razäo 
na apparencia inverosimil; precisamente por ser simples. O homem 6 
assim feito: prefere, muita vez o complexo, o mysterioso, o que se näo 
possa provar. Por isso rejettando esta explicagäo täo comesinha e täo 
racional de factos alias bem observados, admitte, e d isso estä con- 
vencido, que os generös säo falsificados. Quer dizer. imitados, näo 
passivamente, por ignorancia ou desleixo, mas activamente, pela arte, 
pela finura, pela esperteza de quem os manipula. Näo se reflecte que 
para haver uma tal arte seria preciso haver uma civilisagäo requintada, 
que infelizmente nos, näo podemos gabar de ter. Le-se talvez nos livros 
e nos jornaes que nos chegam do estrangeiro que a falsificagäo dos 
generös campeia infrene e imagina-se, sem mais detenga, que tambem 
gosamos de täo triste prerogativa. Nem n’isso se pensa, parece. Como 
tambem se näo ve que seria uma anomalia inexplicavel que nos labora- 
torios portuguezes com installagöes eguaes, e por vezes superiores äs 
do estrangeiro, onde trabalham chimicos analystas cuja competencia
	        
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