Full text: XI. Jahrbuch der Export-Akademie des K. K. Österreichischen Handels-Museums (11)

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20. Descobrimentos dos portuguezes. 
Houve um momento seguramente em que a nossa fama echoou 
em toda a Europa, em que os tiossos feitos foram apregoados, tradu- 
zidas as relagöes dos nossos viajantes, ouvida com admiragäo a nar- 
rativa dos nossos descobrimentos. Dos mais remotos paizes da Europa 
vinham os mais illustres estrangeiros sollicitar um logar a bordo das 
nossas caravelas. 
O sueco Valarte, o allemäo Balthasar, o veneziano Cadamosto, 
o genovez Antonio Usodimare, acudiram, logo nos primeiros tempos 
das nossas navegagöes, enthusiasmados com as noticias que dos nossos 
feitos tinham chegado äs suas terras nataes e grande devia ser o 
assombro causado em toda a Europa para que täo promptamente se 
espalhasse, em täo remotas regiöes e em epocha täo pouco sociavel, 
a fama dos emprehendimeutos portuguezes — acudiram a pedir um 
logar nos nossos navios, um quinhäo nas nossas aventuras. Os mais 
illustres homens da sciencia d’essa epocha vinham procurar o ensino 
dos nossos cosmographos e as ligöes dos nossos pilotos,. como hoje se 
pöde ir procurar aos grandes centros scientificos de Franga ou de 
Allemanha a instruccäo, que ahi se colhe da boca de sapientissimos 
professores. Martim de Behaim, o primeiro astronomo do seu tempo, 
veiu establecer-se na nossa corte, e fixou depois nos Agores a sua 
vida estudiosa; Christoväo Colombo na ilha da Madeira cultivou com 
o trato e com os ligöes dos pilotos portuguezes, o seu genio, pre- 
destinado a dar um mundo novo a Hespanha, a Europa e a civilisagäo; 
Amerigo Vespucci, que devia dar o seu nome a esse mundo novo, a 
bordo dos navios portuguezes serviu e praticou. A cartographia europea 
aos nossos marcantes pediu as indicacöes, que Ihe deviam servir para 
rectificar nos mappas as linhas caprichosas, conjecturaes e erradas de 
Ptolomeo, e para encher com os dados positivos dos navegantes o 
vasto espago em branco, que attestava nas cartas de Africa a igno- 
rancia dos antigos; e tanto assim era que, se todas as chronicas dos 
nossos descobrimentos houvessem desapparecido, nos atlas da edade 
media se podia seguir passo a passo a carreira dos nossos nave- 
gadores, porque o lapis dos cartographos acompanha de anno para 
anno nos mappas europeus o progresso das nossas quilhas nos mares 
africanos. 
M. Pinheiro Chagas 
(1842—1895). 
21. A ilha da Madeira. 
K chamada a Flor do Oceano em razäo das bellezas que encerra. 
Quem partir de Lisboa no vapor que faz a carreira das ilhas, 
chega ao cabo de dois dias, pouco mais ou menos, ao porto de 
Eunchal. 
Esta cidade 6 a Capital da Madeira e do districto administrativo 
formado pela mesma ilha e pela do Porto Santo.
	        
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