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46. Tristäo e Isolda.
Drama lyrico de Ricardo Wagner.
IJamos a seguir o entreclio de äristao e Isolda o genial spartito de V\ agner,
<jue em breves dias sobe, pela primeira vez, a scena no Real Theatro de S. Carlos.
I.
A lenda de Tristäo e Isolda formojjse no paiz de Galles, a patria
mysteriosa dos mythos celticos, tendo por theatro a Irlanda, a Cornouailles
e a Bretanha franceza.
Isolda princeza da Irlanda, föra promettida noiva de Sire Morold,
cavalleiro irlandez, o quäl, n’um combate em Cornouailles, foi morto
por Tristäo Karbol, sobrinho do rei Mark.
Tristäo teve a crueldade de enviar a cabega da sua vietima ä
princeza Isolda, que descobriu na ferida profunda um estilhago da
espada homicida.
Comtudo, Tristäo, durante o combate fora tambem ferido pela
lamina ervada de Morold e nada ha que faga sarar tal chaga.
Tristäo, sabendo que a jovern princeza de Irlanda, Isolda, herdou
de sua mäe o segredu dos balsamos maravilhosos e que so eiles con-
seguiräo curar o seu mal decide-se a ir pedir-lhe o soccorro da sua
sciencia, para o que se disfarga, fazendo-se conduzir, quasi moribundo,
atb Irlanda, onde se apresenta a Isolda sob o nome de lantris.
A princeza, commovida pelos suffrimentos do doente, trata-o
carinhosamente, atb que um imprevisto acaso faz-lhe descobrir a verdade:
a espada do enfermo b a mesma que deu a morte ao seu noivo, por-
que a lamina tem uma falha que coincide exactamente com o fragmento
de ago cravado no craneo de Morold.
Isolda, indignada, brande a arma sobre a cabega do impostor,
mas, quando vae descarregar-lhe o golpe vb no olhar de Tristäo uma
supplica e perdöa-lhe, occultando de todos o fatal segredo.
Tristäo, sentindo-se salvo e tendo recuperado a saude e apös
ter protestado o seu reconhecimento, volta para o seu paiz, onde, deante
do monarcha Mark, seu tio, exalta a belleza de Isolda. O rei para fazer
terminar uma guerra quasi secular, decide-se, a instancias de Iristäo
a pedir a mäo da princeza, encarregando o proprio cavalleiro d essa
delicada misSäo.
Tristäo, d’esta vez, revestido de todos os brilhantes attributos
da sua alta gerarchia e fazendo-se conduzir em um poderoso barco
de guerra, dirige-se para Cornouailles, para desempenhar a sua embaixada.
Os paes de Isolda acceitam a allianga para sua filha, que por
obediencia vae partir para o Estado do seu futuro esposo, acompanhada
pelo cavalleiro.
Mas Isolda sente-se opprimida porque amando secretamente este
heroe, que ella salvou, näo esperava que eile a trahisse, vindo pediba
para desposar um outro.
XI. Jahrbuch.