Taes säo os precedentes, quando se abre o panno para o
Acto I.
Sobre a toida do navio que conduz Isolda a Cornouailles ergue-
se uma tenda formada por preciosas tapecerias e onde a princeza estä
reclinada sobre coxins, ouvindo-se a melanchölica cangäo de uro
marinheiro.
A princeza sabcndo que jä se avista a terra, pede ä sua dama
de companhia, Brangaine, que ordene a Tristäo, o quäl durante toda
a travessia propositadamente se afastära, que venha ä sua presenga.
() cavalleiro, pretextando a falta que faz ä direccäo do navio,
recusa ir ä presenga da princeza, emquanto esta, offendida, fica immersa
nos seus pensamentos, lamentando estar condemnada ao supplicio de
ter de viver junto de um homem que nunca poderä amar.
Brangaine, näo interpretando bem o sentido das palavras de sua
ama, aconselha-a que recorra aos philtros märavilhosos, que sua mäe,
a i'ainha da Irlanda, lhe entregou ä partida.
Entre eiles ha um que submette iufallivelmente, quem o beba, ao
poder do amor.
Isolda manda que lhe tragam o cofre precioso, mas näo 6 o
philtro do amor que ella escolhe, mas sim o frasco que conttkn o
lethal licor da morte e 6 este que ella farä tomar a Tristäo.
Isolda manda pedir novamente a Tristäo um momento para lhe
falar e ordena a Brangaine, assombrada, que deite n’uma taga a beberagem
fatal da expiagäo e da reconciliagäo.
Isolda faz um violento esforgo sobre si propria para apparentar
tranquillidade, N’este momento o companheiro fiel do cavalleiro, Kur-
wenal, apparece, cruza os bragos e annuncia: Tristäo!
Este apresenta-se e permanece respeitosamente ä entrada da tenda,
n’uma attitude ao raesmo tempo altiva e modesta. Os dois contemplam-
se silenciosamente.
Isolda quebra o silencio para censurar-lhe a ausencia durante a
viagem, recordando-lhe a divida de sangue que ha entre eiles.
Näo lhe perdöa a morte de seu noivo; e, como homem nenhum
vingou esse ultrage <5 a ella que compete a desforra.
Tristäo, que a tem escutado pallido e sombrio, apresenta-lhe a
espada, porque estä decidido a morrer. Mas näo, exclarna Isolda, o
rci Mark näo deve ser privado do seu subdito mais fiel, aquelle a
quem deve o throno e a coroa; e se uma vez perdoou ao assassino
de Morold, tambetn agora o pouparä! Que beba pois pela taga da
expiagäo e olvido.
Entretanto, Brangaine cheia de pavor, tem trocado os philtros.
Isolda arranca-lhe a taga das mäos e apresenta-a a Tristäo.
O cavalleiro, que sondou as sombrias intengöes de Isolda, agarra
resolutamente na taga e levando-a aos labios, quasi a esvasia, mas
Isolda arranca-lh’a das mäos, e sorvendo todo o resto do contendo,
langa-a föra.